Como você percebe o mundo ao seu redor? Como seus sentidos influenciam sua percepção do queijo?
- Tiago Pascoal
- 25 de abr.
- 2 min de leitura

Você já se perguntou por que certos queijos despertam memórias, emoções ou até mesmo impulsos incontroláveis de saboreá-los novamente? A resposta está em como o cérebro interpreta o mundo sensorial — e o queijo, mais do que um alimento, é uma verdadeira orquestra sensorial que toca profundamente na neurobiologia da percepção.
Nossa percepção do mundo é moldada pelos sentidos: visão, olfato, paladar, tato e audição. Eles não operam de forma isolada — na verdade, eles interagem e se amplificam mutuamente no que os neurocientistas chamam de integração sensorial. Quando se trata de queijo, essa sinfonia sensorial se torna particularmente intensa.
Olfato: o maestro da memória e do sabor
Mais de 80% do sabor percebido vem do olfato. Compostos voláteis liberados pelo queijo ao serem cortados ou aquecidos ativam receptores no epitélio olfativo, conectando-se diretamente ao sistema límbico — centro emocional do cérebro. É por isso que um queijo curado pode evocar lembranças de infância, da fazenda da avó ou de uma viagem à França.
Paladar: o julgamento final
Na boca, o queijo se revela: cremosidade, salinidade, umami... Receptores gustativos na língua sinalizam ao cérebro não apenas os sabores básicos, mas também a complexidade do produto. A gordura do leite, por exemplo, ativa vias cerebrais relacionadas à recompensa, gerando prazer e desejo de repetição.
Tato: textura é tudo
A textura de um queijo — macio como um brie ou quebradiço como um parmesão — ativa mecanorreceptores bucais que influenciam diretamente a avaliação de qualidade. A crocância do cristal de tirosina, típico de queijos maturados, é percebida como um sinal de excelência artesanal.
Visão: antecipação e desejo
A cor dourada da casca, os veios azuis de um gorgonzola, a apresentação sobre uma tábua de madeira — tudo isso ativa áreas do córtex visual e pré-frontal, que antecipam prazer e orientam decisões de compra.
Audição: o toque final
Sim, até o som importa. Ouvir o estalo ao cortar um queijo curado ou o som de uma faca deslizando por um camembert maduro complementa a experiência. Sons sutis podem intensificar a percepção de frescor ou maturidade.
Conclusão: Comer queijo é uma experiência neurossensorial
Ao saborear um queijo, você está ativando redes cerebrais complexas que envolvem emoção, memória, julgamento e prazer. Compreender essa dinâmica pode transformar sua experiência gastronômica — e, para marcas, é um convite irresistível para criar produtos e campanhas que toquem não apenas os sentidos, mas também a alma do consumidor.
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